sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Jardim da amizade


Trago no peito um jardim em flor,

Que embeleza-se com tua amizade;

Tem a fragrância universal do amor,

Pois é regado com a sinceridade.

Bugio samborjense

Eu vou contar pra vocês
A origem deste bugio,
É criolo de São Borja,
Nasceu na beira do rio,
E dali se espalhou,
Por todo esse rincão,
É figura indispensável,
Nos fandangos de galpão. (bis)

Este bugio samborjense,
Dança lá no Boitatá,
Farroupilha, C T G.
E em todo o lugar que dá,
Quando foge da cidade,
A procura de um bom som,
Vai dançar no interior,
Onde existe baile bom. (bis)

É inteiramente gaúcho,
E de São Borja este bugio
Nos bailes que está presente,
O povo não sente frio;
Pois esse cuera danado,
Alegra qualquer festança,
Ao som da gaita chorona,
A indiada se balança(bis)

E nesses bailes buenachos,
Dançando pelos costados,
No embalo do bugio,
Sarandeio pros dois lados,
Pois todo o mundo se empolga
E ninguém fica sentado;
Até quem tá cochilando,
Acorda, fica animado.(bis)

Dou o que ela quer, mas não é mole

Eu tinha uma vida sossegada,
Meu corpo era pouco exigido,
Vivia tanquilo com minha mesada,
Mas por meu coração eu fui traído,
E tive que casar e foi pra já;
E a mulher me traz num dá me dá.

Homem que tem fibra não se encolhe,
Dou o que ela quer, mas não é mole. (bis - estrebilho...)

Hoje eu trabalho noite e dia,
Pra poder cumprir minha obrigação,
Quando me casei eu não sabia,
Que tinha viver dando durão;
Agora seja o que Deus quiser,
Mas tenho que contentar minha mulher.

Estrebilho...

Mas tudo acostuma nessa vida,
E com o trabalho me acostumei,
Não deixo faltar nada a minha querida,
Basta me olhar que eu já sei;
Que alguma coisa está querendo
E pra lhe contentar, eu vou correndo.

Estrebilho...

Você e a rosa (valsa)

Bateu o vento na rosa,
Nossa rainha das flores,
Suas pétalas se foram,
Como foram meus amores.

O vento soprou a rosa,
Pra roseira padecer,
Assim como a tua ausência,
Está me fazendo sofrer.

A roseira sem a rosa,
Perde o encanto e a beleza,
E eu, sem a tua presença,
Vivo na maior tristeza.

A roseira já está contente,
Ela sabe muito bem
Que as rosas voltam logo,
Mas você, não sei, meu bem.

Por isso, nestes meus versos,
Lhe mando um recado assim:
Acabe com o meu sofrimento,
Volta depressa, pra mim.

Cortado de judiaria

Não dou guarida pra tisteza em minha vida,
Sou sempre alegre, entreverado com a alegria;
Mesmo que às vezes, a má sorte me atrapalhe,
Sigo contente, cortado de judiaria.

Quando me enfio, em festança macanuda;
Que a brincadeira vai até o clarear do dia,
Aguento firme, no compasso do bailado,
Volto pra casa, cortado de judiaria.

Se em algum baile, a sorte sorri pra mim,
E eu me acho nos braços de uma guria,
Desdobro a prenda, do começo até o fim,
Mesmo ficando, cortado de judiaria.

Aguento firme, os percalços desta vida,
Sigo na lida, enfrentando o dia a dia;
Os meus amores são estrelas que me guiam,
Nestes caminhos, cortado de judiaria.

Vivo o presente, o futuro, a Deus pertence,
Não acredito em tudo que se anuncia;
Sou doutros tempos, sigo as regras do passado,
Garrão fincado, cortado de judiaria.

Linha da vida

Isca o anzol, joga a linha da esperança,
No rio profundo que existe em cada ser,
Busca o remanso, dessas águas que guardeiam,
Sonhos antigos que impulsionam o viver.

Vá à luta, sempre há tempo, eu lhe garanto,
Basta confiança e acreditar na solução;
Por mais difícil que pareça a empreitada,
O longe é perto, para quem estende a mão.

Não se afoba, pescador é paciencioso,
O seu ofício é jogar a linha esperar,
Pois quando correr, fisga o peixe, tira dàgua,
A garantia pro sustento do seu lar.

Tenha calma, acredite nos seus sonhos,
A linha da vida, cedo ou tarde vai correr;
Segura firme, não deixa escapar a vaza,
Esta jogada, tendo fé, irás vencer.

Cria da fonteira

Nesta ponchada de anos,
Tive muitos desenganos
Que judiaram meu coração;
Mas continuo na luta,
A vida é eterna disputa,
Não sou de frouxá o garrão.

Sou cria aqui da fronteira,
Sangue e cepa missioneira,
E montado na razão;
Enfrento qualquer parada,
Nesta constante jornada,
Não solto as rédeas da mão.

Por isso o meu desatino,
Quando vejo algum teatino,
Vagando por rumo incerto;
Procuro mostrar-lhe o norte,
Pra quem tem o braço forte,
O longe se torna perto.

Ah! Que saudades da lida,
O peito se fez guarida,
De tanta recordação;
A cabresto eu não sigo,
Na boa luta me instigo,
Parceiro, finca o garrão.

Caminhos da vida


Na vida há vários caminhos,

Que conduzem a muitas direções;

Cabe a nós, fazermos as escolhas,

Que possibilatam nossas realizações.