sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cria da fonteira

Nesta ponchada de anos,
Tive muitos desenganos
Que judiaram meu coração;
Mas continuo na luta,
A vida é eterna disputa,
Não sou de frouxá o garrão.

Sou cria aqui da fronteira,
Sangue e cepa missioneira,
E montado na razão;
Enfrento qualquer parada,
Nesta constante jornada,
Não solto as rédeas da mão.

Por isso o meu desatino,
Quando vejo algum teatino,
Vagando por rumo incerto;
Procuro mostrar-lhe o norte,
Pra quem tem o braço forte,
O longe se torna perto.

Ah! Que saudades da lida,
O peito se fez guarida,
De tanta recordação;
A cabresto eu não sigo,
Na boa luta me instigo,
Parceiro, finca o garrão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário