quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pealo do destino

Quanta saudades dos tempos de antigamente,
Quando contente, encilhava o meu tordilho,
Saia à trote, camperear nas invernadas,
Quebrando geadas, nos varzedos e coxilhas.

Não me acostumo com a vida de povoeiro,
Este parceiro, na cidade, está embretado;
Por outro lado, no campo escaciou o trabalho,
Dando atrapalho, para o vivente assalariado.

O peito sofre, ao relembrar o passado,
Muito judiado, nos arrebaldes aconfinado;
Olhos cansados de procurar novas trilhas,
Fazendo changas, para juntar alguns trocados.

Desta maneira, vou levando a minha vida,
Longe da lida, que fazia com amor,
Sentido a dor que castiga um campesino,
Quiz o destino, me fazer um sofredor.