terça-feira, 10 de outubro de 2023

Quando cheguei em São Borja

Quando cheguei em São Borja. No anoitecer de um domingo// Lá pelos anos sessenta Vi que o coração aguenta A mudança de cenário Jamais o imaginário Tinha projetado a cena Arrepiou-se a melena Que já vinha esculhambada Curtida do pó da estrada De distância não pequena.// De cima do caminhão Observo o entrevero Bateu-me um desespero Diante de tal multidão Confesso que até então Não conhecia povoado O olho ficou encandeado Com uma luz incandescente É passagem que a gente Conserva nos seus guardado.// Não sei precisar o tempo Que ali fiquei a aguardar Na frente do "Cisne Bar" O caminhão estaciona Eu não vinha de carona Era a mudança para o povo Na busca de um mundo novo De nova oportunidade Os encantos da cidade.// Me colocaram em retovo. Que coisa maravilhosa A Pracinha da Lagoa Percebi que numa boa Ia me adaptar Com tanta gente a andar Pra toda que é direção Comecei a prestar atenção Pois sempre tive o cuidado E o tino bem afinado Dos nativos do rincão.// Assim cheguei do Butuí, Para me enfornar na cidade Apesar da tenra idade Guardo tudo na memória Quem preserva sua história Sempre tem o que contar E muito para se orgulhar Do caminho percorrido Pois mesmo sendo sofrido Vale a pena recordar. (AGF)

Nenhum comentário:

Postar um comentário